Estação de Biodiversidade V3
Montado e Campos Agrícolas
Esta estação de biodiversidade é localizada numa das maiores áreas de montado de sobro do Sesimbra Natura Park, podendo-se observar zonas com uma grande diversidade de densidade de árvores. Nas zonas com menor densidade arbórea são realizadas culturas arvenses (cereais), normalmente destinados à alimentação da fauna existente, e a produzir palha destinada à Quinta Pedagógica.
A diversidade florística é bastante grande, sobretudo no estrato arbustivo e herbáceo, com a presença da esteva, do sargaço, da roselha, da carvalhiça, do rosmaninho, do tomilho, do medronheiro, etc. Essa diversidade, leva à existência de inúmeros insetos que servem de alimentação às aves existentes. A avifauna também é muito diversificada, com a presença regular do pombo bravo, do gaio, da águia de asa redonda, da águia de bonelli, do peneireiro e de inúmeros passeriformes.
O sobreiro dá a bolota que em meados de Outubro começa a cair, servindo de alimento aos javalis. Estes encontram-se escondidos durante o dia, servindo-se destas zonas de alimentação à noite, como se pode observar nas fotografias da estação de biodiversidade 16. A raposa também é muito abundante.
O sobreiro é das árvores mais importantes do ecossistema mediterrânico, dado que permite um equilíbrio muito benéfico entre o homem e a natureza.
A casca do sobreiro é formada pela cortiça que, devido às suas características isolantes, permite que esta árvore prospere num ecossistema muito propenso a fogos florestais, devido ao prolongado estio.
A primeira tiragem de cortiça é realizada quando o sobreiro tem cerca de 20 a 25 anos (quando o diâmetro à altura do peito atinge uma determinada dimensão que permite a tiragem da cortiça sem afetar a árvore. A casca volta a crescer e nove anos depois (árvore com 29 a 34 anos) é retirada a cortiça secundeira. Passados mais 9 anos é retirada por fim a cortiça amadia, que é a cortiça de qualidade (sobreiro com 38 a 42 anos de idade). Esta cortiça permite fazer rolhas para vinhos de qualidade, materiais isoladores e de alta tecnologia, e artigos de moda e vestuário.
A tiragem da cortiça é realizada manualmente, com uma machada específica onde a lâmina realiza o corte da cortiça e o cabo ajuda esta a desprender-se do entrecasco. Após a tiragem, esta é transportada por tractores e carrinhas para pilhas e depois carregada em camiões para a fábrica onde é processada.